sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Gente,
Recebi o texto abaixo e, sinceramente desconheço o (a) autor (a). Contudo, achei interessantes as questões colocadas para reflexão. Realmente, precisamos de mudanças já. A sociedade está sofrendo com a violência e a preocupação é de que essa situação se torne algo comum, parte do cotidiano. Isso será sim o absurdo da humanidade.
Beijos,
Anadja


Pátria Amada Brasil: O povo que se esconde

Todos os dias escutamos nos noticiários a onda crescente da violência urbana no País. Gente honesta e trabalhadora que saem de suas casas na luta pela sobrevivência, a mercê daqueles que se acham no direito de roubar de alguém aquilo que conquistou dignamente. A vida para esses seres inescrupulosos não vale nada. O mais incrível é que as soluções sugeridas por certas autoridades responsabilizam as vítimas: Não reajam a um assalto; não saiam de suas casas em altas horas; coloquem equipamentos de seguranças em suas casas...... ou seja, o cidadão trabalhador fica submetido a uma prisão domiciliar (preso em sua própria casa) e ainda assim não está seguro. Indústrias de equipamentos de segurança ganham muito dinheiro, ações paliativas são implantadas, mas, a violência continua crescendo num País com tantas Leis não respeitadas e cheias de brechas em favor de bandidos. O pessoal dos direitos humanos só se pronunciam em defesa daqueles que, ao cometerem seus crimes, (vez por outra) a sociedade faz justiça com as próprias mãos. Fica a pergunta que não quer calar: direitos humanos para quem? só para bandidos?
Assistimos pelos noticiários os direitos humanos pronunciar os maus tratos que passam muitos apenados. Mas, eu pergunto? Por que essas pessoas não evitam praticar atos que os possa levar a ficar trancafiados? A sociedade sofre com a violência e ainda tem que sustentar através dos seus impostos pagos esses bandidos na cadeia. Muitas famílias passam fome, sem ter o que comer, mas, os bandidos na cadeia têm suas refeições garantidas todos os dias, sem falar em outros direitos como os encontros íntimos que acabam sendo usados para arquitetar planos de fuga.
A realidade: Refiro-me aqui aos executores de todos os tipos de crimes como: latrocínio, assassinatos, estupros, seqüestros, tráfico de drogas, crimes de colarinhos brancos, prostituição infantil.... e nós, seguimos adiante, correndo todos os dias todo tipo de riscos, a mercê da violência e tendo que sustentar esse povo nas cadeias. Famílias perdem seus parentes, ente queridos, amigos e as coisas que conquistaram com esforço honesto. Os bens matérias, esses são o de menos, pois tentamos conquista-los novamente, mas, uma vida, um parente, um amigo, esses só restam a saudade e a revolta sufocada de quem fica.
São vários os fatores que vem provocando essa onda de violência ao longo dos tempos. Dentre eles, o sistema econômico capitalista que, para sobreviver, explora e mantêm as desigualdades sociais. O valor do TER sobre o SER provoca uma onda de consumismo desenfreado num País onde existe uma péssima distribuição de renda e a maioria luta para sobreviver. E as contradições tecnológicas? Um País que por um lado avança na tecnologia e por outro, com alunos estudando em escolas de péssima infra estrutura, até mesmo debaixo de árvores.
E quanto ao mercado de trabalho? Exige mão de obra qualificada onde a maioria dos jovens não tem condições econômicas de seguir adiante com seus estudos. Apesar dos programas de qualificação existentes, nem todos têm acesso. Sem falar no clientelismo político que, na realidade, em muitos lugares ainda é fortemente presente, de modo que, muitos só conseguem se inserir nos programas se tiver um QI (quem indique). Tem ainda as exigências das empresas que só querem contratar pessoas com experiências. Pergunto: Como um jovem irá adquirir experiência se lhe negam a oportunidade do primeiro emprego? Inclusive para se conseguir um emprego muitas vezes utilizam o famoso QI, ou seja, os cursos, certificados e diplomas não contam muito. É assim que funciona o sistema.
Outro fator fundamental são os valores éticos e morais que estão esquecidos: o respeito ao próximo, aos mais velhos, os valores espirituais, o valor à vida, a educação doméstica (aquela onde aprendemos a dar bom dia, a pedir licença, a agradecer....). Valores que nos ajudam a nos sentir seres humanos e não monstros revestidos de humanos. A falta desses valores torna muitas pessoas monstruosas. A violência não é gerada apenas pelas desigualdades econômicas e sim por uma junção de fatores, pela ausência desses valores. A prova disso é que temos bandidos oriundos de todas as classes sócias, assim como temos gente de bem em todas as classes sociais.
Assisto com muita indignação os pronunciamentos de muitos políticos e autoridades que tratam o povo como idiotas. Sabem que para solucionar esses problemas são necessárias medidas profundas, de caráter estrutural.
Por exemplo: sabemos que a legislação do sistema penitenciário é ultrapassada, mas, cadê novas propostas? No Brasil, o que mais tem é terra sem uso “improdutiva”, que estão nas mãos de donos que muitas vezes não as utilizam. Quantos prédios sem serem utilizados existem sob responsabilidade do Estado (nação)? Muitos. Essas terras e prédios deveriam ser bem utilizados para construção de presídios artesanais, ou seja, todo preso deveria trabalhar para prover seu sustento e de sua família. Ao invés de passarem o tempo em suas selas maquinando a próxima maldade perante a sociedade (sendo sustentados por ela), o governo em parceria com as empresas poderiam criar programas de qualificação profissional onde todo o preso ao entrar no presídio seriam obrigados a entrar no programa, se qualificar e trabalhar para a nação (seja plantando, trabalhando com marcenaria, artesanato, etc). Inclusive com exigência de carga horária de 08 horas diárias, e ainda na condição de que, seria do seu trabalho que ele proveria seu sustento e de sua família. O que significa dizer que teriam direito a um salário para sobreviver. Colocando a mão na massa, tendo que trabalhar para comer, (através da labuta honesta), acredito eu que essas pessoas tem uma chance de se tornarem dignas, honestas e sem oferecer riscos a sociedade. Paralelamente os aprisionados deveriam estudar obrigatoriamente nos próprios presídios através de programas de governo voltados para a formação e resgate da cidadania.
Não aceito jamais o fato de que a sociedade (as pessoas) que lutam honestamente pela sobrevivência tenha que se trancafiar em suas casas como se fossem culpadas por serem honestas e querer viver com dignidade. Como se honestidade e dignidade fossem valores pejorativos, é isso que está parecendo: ser honesto e digno é defeito, por tanto nós temos que pagar por isso, enquanto os bandidos ficam a solta, sustentados por nós para nos fazer o mal. Chega disso!!!!!!!!! Ta na hora da sociedade abrir os olhos, reagir, ta na hora dos políticos tirarem suas vendas e por em prática aquilo que lhe é de responsabilidade dada pelo povo: criar meios, mecanismos, estratégias que verdadeiramente puna e ao mesmo tempo ensine a bandidagem que a honestidade e a dignidade são valores que torna uma pessoa cidadã; de criar medidas que provoquem mudanças estruturais no País. Quanto a violência urbana, chega de medidas paliativas, tapa buracos, chega de penalizar os trabalhadores, o povo que luta para sobreviver como cidadãos e cidadãs. Ta na hora de mostrar que para cada crime cometido há uma punição justa. Ta na hora dos direitos humanos defender o povo que tenta viver honestamente, que não mata, não rouba, não estupra, não seqüestra.... Chega de pagarmos por crimes que não cometemos, mas, que somos vítimas. Concordo plenamente com os programas sócio educativos, mas, sabemos que os resultados são a longo prazo. No entanto, temos exemplos mais do que suficientes de que paralelamente precisamos de medidas urgentes para frear a violência crescente.
1 - As perguntas que não quererem calar: quantos de nós, trabalhadores, pessoas honestas, que optam por levar uma vida digna (pobres ou ricos) precisarão ainda ser roubadas, assassinadas, estupradas, seqüestradas, etc, para que nossos governantes construam Leis que punam verdadeiramente os bandidos e mau caráter?
2 – Quando as pessoas que geram seus filhos de forma irresponsável, inconseqüentes, que os jogam nas ruas para que se tornem futuros bandidos, serão punidos e responsabilizados? Nos noticiários vemos muitas crianças de rua, drogadas, prostituídas, famintas, ao relento e, campanhas de solidariedade para que a sociedade os ajude a recuperar, programas de recuperação...... Contudo, que legislação existe que ponha limites, regras, para que pessoas não gerem filhos e os jogue fora, que as empeça de explorá-las? Fazer filho é muito bom, mas, é preciso fazer e cria-los, assumi-los, educa-los e não deixar que a sociedade seja a responsável ou se torne vítima desses futuros bandidos.
3 – Quando nossas autoridades vão alertar para o fato de que: um sujeito de 14 anos já pode ser responsável pelos seus atos? Já sabem o que é certo e errado. Ao invés disso são tratados como menores, adolescentes, coitadinhos que, na verdade, não hesitam em roubar as coisas alheias, em tirar vidas, em cometer atos horripilantes contra o(a) cidadão(ã).
4 – Quando esses bandidos vão serem punidos verdadeiramente através de ações que os ensine a respeitar, a trabalhar para sobreviver, a valorizar o que conseguir com o próprio suor do trabalho honesto, ensina-los a ser gente e não monstros? Há Países onde qualquer pessoa que cometa um roubo tem parte de sua mão decepada para que não use-as mais para cometer novos roubos\crimes. Aqui me refiro a ações educativas, trabalho duro e honesto, ensinando-os a valorizar a vida dos outros e das pessoas.
5 – Quando o mercado de trabalho (os empresários, comerciantes, etc) dará oportunidades aos jovens que precisam de seu primeiro emprego? Cada empresa (empregador seja de qualquer área) deveria destinar obrigatoriamente um número X de vagas destinadas aos jovens que buscam seu primeiro emprego. Isso deveria estar assegurado em Lei.
6 – Quando os direitos humanos vão entender que as realidades sociais são diferentes entre os Países e que por tanto, precisão de medidas diferenciadas também. Não dá para tratar a bandidagem, os maus caráter como coitadinhos, pessoas que quase não tem seus direitos. Se não querem sofrer, se não querem ser a escória, se não querem ter seus direitos caçados, então que respeitem a si mesmos e aos seus próximos, respeitem a vida alheia, respeitem as coisas alheias, que busquem o trabalho honesto, que busquem viver com dignidade, que busquem conviver na sociedade como pessoas de bem. Tanta gente consegue. Chega de tratar bandidagem como profissão, onde os bandidos precisam ter seus direitos garantidos. Nós, que temos o livre arbítrio e, optamos por levar uma vida honesta e digna, apesar da exploração, apesar da má distribuição de renda, apesar das dificuldades é que não podemos ser responsabilizados pelos atos de bandidagem praticados por aqueles que por isso ou por aquilo não tem o menor respeito a vida, ao próximo e que usaram seu livre arbítrio para prejudicar pessoas. Não somos nós que sustentamos a nação honestamente que temos que estar trancafiados em nossas casas, enquanto os bandidos fazem festa dando gritos de liberdade e de liderança.

[1]


ET.
Um Extra Terrestre


[1] Bandidagem – refiro-me a toda ação que cause mal estar nas pessoas, que agridam, que use de má fé com as pessoas, que roube, mate, estupre, que desrespeitem as regras de convivência, que infrinjam as Leis, que desrespeitem a vida, que explore e finalmente que provoque desigualdades sociais.

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